Sim, o outro vai-se esfumando, a memória já não lhe toca. Há outros cheiros, há outras cores nos ares; olhos vidrados no nada, pendurados em ninguém, presos aos olhos de quem passa, silenciosos revirando o chão. Amor é nada, vai, deixa, deixa o obscuro gosto, da ausência; amor é nada, deixa o travo da espera, do frio nos braços entrelaçados em si. Amar, é amar o que não foi, a fantasia, o querer, querer que o outro fosse o que não era. O amor sempre partiu, numa fuga infame. (...) Amor? Melhor o frio sem memória...
1 comentário:
Sim,
o outro
vai-se esfumando,
a memória
já não lhe toca.
Há outros cheiros,
há outras cores nos ares;
olhos vidrados no nada,
pendurados em ninguém,
presos aos olhos
de quem passa,
silenciosos
revirando o chão.
Amor é nada,
vai,
deixa,
deixa o obscuro gosto,
da ausência;
amor é nada,
deixa o travo da espera,
do frio nos braços
entrelaçados
em si.
Amar,
é amar
o que não foi,
a fantasia,
o querer,
querer que o outro
fosse o que não era.
O amor
sempre partiu,
numa fuga
infame.
(...)
Amor?
Melhor o frio
sem memória...
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